música

Li um artigo interessante no Whiplash falando sobre “o futuro do rock nacional” e algumas ideias me vieram à mente. Durante alguns anos vivi por dentro a cena rock independente do Rio de Janeiro como músico, principalmente, e tive a oportunidade de perceber algumas práticas e comportamentos de bandas e produtores.

Fui vocalista de uma banda chamada Nandsfer, de 2005-2007 e 2009-2011. Compusemos aproximadamente 10 canções nesse período, tocamos em diversos eventos independentes de pequeno porte e começamos a ganhar alguma notoriedade (o conceito é relativo, eu sei. Considero isso porque comecei a ver outras pessoas que não amigos e familiares cantando nossas músicas. É pouco, mas toda banda passa por esse processo antes de tocar numa rádio) em 2011, depois de passar o ano anterior com uma média de 1 show por mês.

Hoje tivemos a final do Superstar e eu comecei a escrever esse post antes de saber o resultado. Isso porque saber qual banda seria vencedora é mero detalhe diante do que pude perceber no cenário da música brasileira.

Por muito tempo temos reclamado que faltam artistas de qualidade na cena musical. Temos visto um número crescente de sertanejos, todos mais ou menos saídos da mesma fôrma, com letras repletas tchu, tche, tcha, derê, dará, rebolados e clichês melodramáticos. Eis então que vemos a segunda edição de um programa musical exibido em rede nacional, na maior emissora de TV do país, e, pela segunda vez consecutiva, dos quatro finalistas, dois eram bandas de rock. Em 2014, vencemos. Em 2015 (na escrita deste parágrafo o vencedor deste ano acabava de ser conhecido), o rock ficou em segundo, com louvor. Em nenhuma das edições houve um cantor, grupo de ou dupla sertaneja.

Depois de tanto tempo sem publicar por aqui, próximo post trouxesse os vários assuntos represados nesse hiato. Foram muitos assuntos que poderia ter escrito, mas a falta de tempo me impediu de partilhar minhas abobrinhas com você. Bom vamos ao que interessa!

O Superstar é uma das poucas atrações da TV aberta que ainda me fazem sentar no sofá com dia e hora marcados. Não por sua organização, que por sinal é bem ruim, mas pelo seu conteúdo. E este, diga-se de passagem, é mérito do povo brasileiro, dos artistas independentes que provam que nossa músicas não estacionou no modismo sertanejo e canções vazias de inteligência. Mas devo tirar o chapéu para a Globo por reservar um espaço em sua grade com esse tipo de programa.

O ponto forte, sem dúvida, são as bandas de rock. Posso estar puxando sardinha pro meu lado que curto muito o gênero, mas, em se pensar pela banda ganhadora do último programa e pelas porcentagens alcançadas nesta edição, é o rock quem está alcançando maior aprovação.

Cara…. que coisa incrível! Sabe o que é estar sentado em uma cadeira, ouvindo uma linda canção e de repente se ver fazendo uma viagem ao mundo mágico da imaginação? Ver cores, cenários, pessoas e situações materializarem-se diante de seus olhos, dar vida àquilo que está em sua mente, sem que nada esteja verdadeiramente ali, na sua frente, inspirado pela criatividade de artistas que possuem a capacidade de dar vida aos sentimentos mais profundos da alma. E ter como narrador desta aventura o Luciano Pires, do Café Brasil, é um verdadeiro privilégio. Foi assim que resolvi escrever este post.